Carta do Presidente

Cara Comunidade DBT,

Inicio esta comunicação, que é endereçada à Comunidade, ao invés de a apenas alguns profissionais. Esse é o espírito do que queremos e estamos fazendo na primeira gestão da Associação Brasileira de Terapia Comportamental Dialética (DBT).

O primeiro Treinamento Intensivo de DBT da Behavioral Tech no Brasil aconteceu em 2015.* Apesar de já haver antes disso profissionais praticando DBT e alguns esforços individuais ou esparsos, foi daí para frente que a DBT se disseminou no Brasil.

Hoje vemos (muito felizmente!) uma miríade de grupos de treinamento de habilidades (principalmente on-line), muitos outros tipos de treinamento/formação em DBT (contamos com pós-graduações, formações diversas, clubes de estudo e de leitura em DBT, etc) e uma série de esforços individuais ou de diferentes grupos no intuito de ensinar e aprender DBT. Vemos a DBT em diferentes universidades públicas, ainda que de maneira inicial e com pouquíssimos profissionais que orientam a pesquisa em Terapia Comportamental Dialética.

Todo esse desenvolvimento é extremamente louvável. E eu devo fazer uma pergunta, à guisa de reflexão: para onde devemos ir agora?

Se há alguma direção para se caminhar no presente e no futuro, ela será seguida por um coletivo, e não por pessoas separadas.

Há muito trabalho importante a fazer: formar pessoas iniciantes em DBT, aprimorar habilidades de terapeutas, melhorar as formações em DBT, fundar novos programas de DBT, criar linhas de pesquisa, a fim de verdadeiramente estudar as necessárias adaptações sócio-culturais da DBT no Brasil (e américa do sul, em geral); tornar a DBT um tratamento acessível não apenas a elites; etc.

O propósito de uma associação é unir pessoas que se identificam em torno de uma meta, propósito ou tema. Os objetivos da ABDBT não são nada mais do que isso. A meta é difundir (e aprimorar) a DBT no Brasil; o propósito é que mais pessoas (especialmente as que mais necessitam deste tratamento) possam ter acesso à DBT.

Tomemos cuidado com nossos comportamentos longamente reforçados que levam à separação ao invés da união: disputa por poder e por reconhecimento, mágoa e remorso devido a atitudes passadas de outros, pouca assertividade, visão de mundo polarizada (não dialética). Felizmente, a DBT nos fornece estratégias e habilidades para lidar com cada um desses comportamentos!

Vamos trabalhar! Aguardamos todos e todas.

Com entusiasmo e otimismo na construção de uma Comunidade DBT brasileira,

Alexandre Tzermias

Presidente da primeira gestão da ABDBT